DOM CASMURRO, OBRA DE MACHADO DE ASSIS – MEU CATÁLOGO DE LIVROS

Machado de Assis, demonstra com clareza em Dom Casmurro a personalidade e o estado psicológico afetado do narrador-personagem por sua amada, Capitu.

Dom Casmurro é um livro que conta a história de Bento de Albuquerque Santiago, conhecido como bentinho (apelidado de Dom Casmurro) o qual é o narrador personagem, um menino rico, ciumento, controlador e possessivo que uni relatos desde sua juventude até os dias em que está escrevendo o livro e sua narrativa sobre a suposta traição da sua mulher e amor da sua vida, a Capitu, com seu melhor amigo, Escobar, da qual teria nascido uma criança – Ezequiel – o qual Bentinho está certo de que não é seu filho, mas sim de seu amigo.

Bentinho era filho de Dona Gloria, viúva, residente de Mata-cavalos e foi criado junto a seu tio Cosme, sua prima Justina e o apelidado “agregado”, José Dias.

Dona Gloria, beata temente a igreja, porém bondosa após ampere inesperada de seu primogênito, fizera uma vã promessa, que caso Deus concedesse um outro filho, entregaria a vida do mesmo ao seminário quando completasse quinze anos de idade.

Os quinze anos de idade, chegou ao momento de Bentinho cumprir a promessa feita por sua amada mãe, porém, estava apaixonado por sua melhor amiga de infância, Capitu. E com o passar do tempo, algo os incomodava deveras pois sempre recordavam que tinham uma dívida não só de gratidão pela vida de Bentinho mas para com sua progenitora. Desde então, passaram a juntos buscarem um melhor jeito de não cumprirem com essa partida que de alguma forma os separariam.

Por conta disso, recorreram a José Dias uma ajuda para que conseguissem se safar desse afastamento no fundo, tão indesejado. Ao passo que o amor entre eles ia crescendo, crescia também o medo da separação, fazendo-se assim, um juramento de se casarem.

O tempo se esgotou, e então chegara o momento que Bento precisaria ir por fim ao seminário. Chegando lá, Bentinho fizera uma amizade com Escobar, o qual dividia momentos agradáveis, até mesmo confissões pessoais relacionados as juras de amor e promessa de se casar com sua amada Capitu.

Cada vez mais Escobar tornava se íntimo da vida pessoal de Bentinho bem como das pessoas próximas a ele. Aos sábados ambos visitavam seus amigos e familiares e numa dessas visitas, inclusive Escobar se aproximará de Capitu…Com o passar dos meses e talvez pela distância Bentinho se tornava cada vez mais um homem ciumento, inseguro e desconfiado em relação à sua amada

Certa vez, Bentinho num acesso de ciúmes, acusou Capitu de estar o traindo, a moça em forma de protesto o pressionou afirmando que caso houvesse outra crise, romperia com a promessa que havia lhe feito. Nessa altura dos acontecimentos Bento havia se formado em direito, abandonado o seminário e por fim casado com Capitu sua então esposa com total apoio e aprovação de sua mãe que pelas circunstâncias havia se aproximado demais de sua mulher.

Bentinho, casado, aos 22 anos, morador da Tijuca, fazia questão de manter estreitos os laços que fizera com seu querido amigo Escobar, igualmente casado, com Sancha, melhor amiga de Capitu, pai de uma linda menina e ao contrário de Bentinho que ainda não conseguira a graça de tornar se igualmente pai de um rebento.

O tempo foi passando e Bento foi agraciado com a bênção de ser pai de um menino chamado Ezequiel, que possuía uma mania irrepreensível de imitar as pessoas próximas, algo que parecia muitíssimo natural quando se refere a imitação do amigo de seu pai, Escobar

Num dado momento Escobar infelizmente sofre um mal subido e por fim morre, mas isso não impossibilitou Bentinho de perceber um enorme e desproporcional pesar a partir da pouca ligação que Capitu tivera com o falecido Escobar o que causaria estranheza e admiração por parte de Bentinho

Paralelamente aos acontecimentos Ezequiel ia crescendo e a cada dia se tornando mais e mais parecido com seu amigo já falecido Escobar, tantos nos gestos quanto na forma física, o que alimentava ainda mais sua desconfiança e cisma, logo chegaria ao fim a família Santiago.

Bento, seu filho Ezequiel e Capitu ao longo do tempo iam se afastando, Bento cada vez mais arredio, recluso e atordoado resolve pôr fim a sua vida, o que não foi consumado e ao meio em seus devaneios, resolve partir para Europa o que de uma certa forma apartou severamente as relações mesmo que contrárias a vontade de Capitu

Bentinho cada vez mais amargo pelos reveses da vida onde perdeu sua mãe, tio, José Dias, enfim todos se foram, inclusive Capitu enterrada nas terras da Suíça, partiu também o amor que sentia pelo seu filho pois recordar a vida dele era a mesma coisa que recordar a amargura da traição. E mesmo sem amor, fazia seu árduo trabalho de pai, proporcionará viagens, cursos e uma vida confortável para até então seu filho.

Ao fim Ezequiel morre, falece de febre tifoide, e enterrado em Jerusalém. E Dom Casmurro só pode chegar à conclusão de que sua vida foi envolta em dúvidas, amarguras, separações e descontentamento

O livro mostra o narrador personagem (Bentinho), apelidado de Dom Casmurro carregado de ciúme quase que doentio por sua esposa (Capitu), que manipula os fatos para provar uma teoria que ele criou de que ela o traíra com um fim cético e pessimista em relação ao amor, amizade, esperança e relacionamentos.

Machado de Assis, demonstra com clareza em Dom Casmurro a personalidade e o estado psicológico afetado do narrador-personagem, provocando também polêmicas em torno do caráter de uma das principais personagens feminina, a Capitu, que é caracterizada por ser “uma criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheirava a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula. Calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos” A personagem é julgada muitas vezes pela sua personalidade e vista de uma forma livre e ao mesmo tempo sensual, misteriosa e fútil. É enaltecida e vista como forte, inteligente e pratica (“Ela era muito mais mulher do que Bentinho, homem”). “Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu… Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação. Oh! a adulação!”

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Livro:

Dom Casmurro
Clarissa Pinkola Estés
Editora Penguin
400 páginas